quarta-feira, 12 de janeiro de 2011


Quem são os nossos heróis?

Somos a geração perdida, em nossas "dúzias de carros reluzentes" e das nossas tecnologias super cool acabamos por nos perder. Não é o recalque de uma nostálgica idiota, eu sei o que ganhamos nessa pretensa pós-modernidade e sei que talvez isso não estaria escrito aqui se não fosse por toda essa evolução, é fato. Por outro lado estamos em desespero e decaindo, sem algo para nos guiar, e não falo aqui de uma força superior que nos mantenha sob seus pés, submissos, eu falo de algo por que lutar, de algum grau de profundidade que seja mais que alguém para seguir no twitter.
É como se perdessemos a nossa alma e vivessemos como soldadinhos de chumbo que alguém brinca e joga de um lado para o outro. Em todo canto tudo igual, nada pelo que lutar, nenhuma sinceridade, nenhuma boa conversa que não seja regada à " como é estranha a roupa daquela garota", "como ela esta gorda". Nenhuma bossa nova, nenhum Café Baudelaire e agitações culturais, literárias, cinematográficas. Não mais surge nenhuma Nouvelle Vague.
Estamos perdidos
No nosso desamor, nos nosso desafetos, na nossa ânsia de querer ser demais, de querer demais, esquecemos que as coisas simples da vida é o que temos de mais belo. Um banho de chuva, cheiro de terra molhada, a lua cheia, um céu estrelado, uma canção amada, palavras de amor ditas baixinhas no ouvido. Ao invés disso temos a nossa frieza glacial, a nossa distância abismal, o medo de aproximar de outrém, o medo de ser alguém, o medo que nos faz evitar envolver com o humano, evitar ter algo que seja realmente verdadeiro.
Amizade, amor, carinho, luta, indignação, tudo isso procuramos evitar para que no final possamos dizer, "pelo menos não sofri", mas também não vivemos, e achamos que sim.
Que vida é essa que levamos minha gente, quem são nossos heróis? o Fiuk?
É tanta deseperança e tanto não viver, tanto trocar os sonhos por dinheiro, é tanta prostituição de idéias. Eu sinto falta sim de uma ideologia, de caras-pintadas, de 68, não pela violência, e sim pelo grau de intensidade com que ebuliam as almas, com que sentimentalidade expunham as suas dores, e como eram cantadas essas dores.
E hoje o que temos, pelo que nossa alma entra em ebulição? pelo funk do momento, pela preguiça, pela nossa solidão, pelo nossa masturbação tecnológica, pelo nosso comodismo que tão bem apreciamos, e que justificamos com o simples fato de que, se não mecheu com meu carro, não mecheu comigo.
E todos os livros, e todos os Dylans, os Cashs, os Russos, os Buarques, os Jobins, e toda a fantasia, e todos os sonhos, que tinhamos, que poderiamos ter? porcas elocubrações de nostálgicos, pré-históricos, comunistas, chorões, maconheiros e mals.
Realmente, acho que nasci na época errada...



"E no fim, eu nem sei o que fazer de mim"


obs: foto do Evando Teixeira minha gente, porque ele é foda

3 comentários:

  1. Quem foi que criou esses fantoches tão bunitinhos?

    Quem é que brinca com isso tudo ?


    E pq mesmo tento como ser donos de nos mesmo,nos deixamos levar pela maldita melodia que toca sem parar ?

    Cade aquela ginga antiga ?

    EU TBM NASCI NA EPOCA ERRADA

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  2. AHAHAHAHHA
    Sabe oque eu achei mais foda?
    no meio do texto eu pensei.. vou comentar.."alguns de nós nascemos na epoca errada..."
    Ai vejo sua frase no final.. e depois a Yasmim.
    enfim

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